sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Sem querer...querendo?

                  "O que foi, torna a ser. O que é, perde existência.
                           O palpável é nada. O nada assume essência." - Goethe



                                                     
De repente você ouve uma frase que te mobiliza...aquela pessoa que te é tão querida troca seu nome pela de uma ex que de repente passa a ser atual, em milésimos instantes de segundos! 
E é bem nesse relâmpago de tempo que você percebe que um simples ato falho te tira do seu eixo e você para e pensa:
                           - o que se passa aqui?
                                             - o que estou fazendo ao lado dessa pessoa?
                                                                              - qual o meu papel nessa história?

Sentimos num simples ato falho que não temos nenhuma importância para essa pessoa que até então enchia nosso dias cinzas de arco iris. O mundo desaba e com ele todos os planos projetados para um futuro que já não mais chegará...
                  Mas o que de tão grave ocorre num simples e profundo ato falho?
Para Sigmund Freud, o pai da psicanálise, os atos falhos são expressões de intenções omitidas ou resultado de um confronto entre duas intenções, uma delas inconsciente.
Para a psicanálise, o acaso não existe. Nos procedimentos mentais não existem meros acidentes. O pensamento aparentemente mais sem sentido, o lapso mais casual, o sonho mais fantástico possuem um significado que pode servir para desvendar os segredos da mente. “As decisões são sempre tomadas por conta de experiências vividas. O inconsciente é feito de fatos e afetos e quando algum fragmento escapa dali é por algum motivo”, garante.
Por razões sociais, sabemos que não podemos dizer tudo o que temos vontade, e apesar de nosso controle para segurar e suprimir o que realmente queremos dizer, o pensamento ainda resiste com notável força no inconsciente para se fazer ouvir no ato falho. De fato, alguns atos falhos dizem respeito somente a conteúdos que são significativos para quem os comete. Estes não são assim tão facilmente explicados nem prontamente reconhecidos por quem os comete, e geralmente são dotados de alto valor afetivo.
Sabemos que somos feito de emoção, coração, afetos, e na memória guardamos o que nos foi significativo, mesmo que de maneira negativa...e de forma errônea, quem insiste em repetir um padrão de comportamento em que machuca o outro, não está sendo nada honesto numa relação a dois. Cabe ambos entenderem o processo vivido e decidirem se há chances de se mudar de atitude, daquele que fala e daquele que escuta.
Podemos assumir que temos nosso momento Chaves "foi sem querer, querendo", e a partir daí  amadurecer a relação, pois não é nada  agradável estar do outro lado "engolindo" rotineiramente os atos falhos do outro que até então era o nosso bem querer, se o outro não reconhece que precisa mudar e se compromete a tal, nada mais pode ser feito ou mesmo tolerado!
Repentinamente cabe a você aceitar esses breves atos falhos ou então seguir seu caminho, soltar a mão e entender que há momentos que o nosso coração consegue suportar... outros o melhor a fazer é seguir...seguir...

                                                                   ( Pinturas de André Kohn)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

O conforto de estar só

         
                             
                                                     O conforto de estar só

De repente me vejo inquieta, sem paciência para o outro
Sem vontade de dividir meu espaço
Meu sossego
Minha paz.
É quando percebo que me acostumei a estar só
A não querer esperar por um convite, uma boa companhia ou tudo o que antes me fazia ter a ilusão de felicidade.
                                                             No conforto de estar só...
Termina a ansiedade, a angustia da espera por algo que nunca virá.
Acomodo a não discutir por algo que se esvazia no momento que perde o real sentido de existência.

                        No conforto de estar só...
Me  conecto com minha essência, eu comigo mesmo.
Não há conflito, não há mistério
Simplesmente estar bem, no meu marasmo e bem viver.

Me assusto ao constatar isso!
Será que há volta?
Será possível  transitar pela zona de conforto?
Não sei...
                                                                           O caos me rouba minha paz
                                                      minha pseudo liberdade!


Não quero ser invadida por algo que me causa palpitações descompensadas, taquicardia sem hora marcada, irritação por uma espera que nem sei  que nome dar...

E nem quero a apatia da não espera, da frieza de palavras sem sentido...pronunciadas na loucura vã de momentos criados para passar o tempo...

                                            Não me seduz palavras ao vento...

Será possível regatar os sonhos que deixamos perdidos na beira das estradas percorridas?

Hoje acordei pedindo aos céus que me conceda ainda a paciência de acreditar no amor, na companhia que nos complementa, no trabalho que transforma os dias em melhores momentos. 
Que o abraço seja acompanhado de uma grande energia boa, aquela boa energia que nos impulsiona a seguir adiante!

Que esse dito conforto seja transformado em mútuo respeito pelo jeito de ser de cada um, pela vontade do encontro e que também eu possa ainda, mais uma vez:

                           ABRAÇAR E ACOLHER O QUE ME FAZ SORRIR!

 Vou tentar segurar na mão ao invés de querer largar
 Vou tentar achar o sorriso perdido pelos cantos desse mundo que já passa de caduco...

                                  QUE EU CONSIGA  GRANDE DEUSA!



domingo, 16 de agosto de 2015

"Sonho..Quando ansiava ser um sonho teu".


Sonho de verão...sonho de férias a beira mar...assim me pego pensando que é só isso que nos reserva o tempo para bem amar, afinal o que sobra é a loucura do dia a dia, essa nos engole, compromissos, trabalhos, contas e mais contas a pagar, assim me vejo sonhando com férias, com um possível encanto a beira mar e quem sabe mais motivos para ter um bem querer ao meu lado.
Não há mais tempo para pensar no sofrer e sim na possibilidade de um bem querer.
O silêncio, a solicitude cabe no instante que nos reserva o tempo para o descanso.


                                                   "Sonho..Quando ansiava ser um sonho teu".



                                                           O amor, meu amor.
                                                                                                     (Mia Couto)

Nosso amor é impuro, como impuro é a luz e a água
E tudo quando nasce e vive além do tempo.
Minhas pernas são água, as tuas são luz

E dão a volta ao universo quando se enlançam  até se tornarem deserto e escuro.
E eu sofro de te abraçar, depois de te abraçar para não sofrer.

E toco-te, para deixares de ter corpo
E o meu corpo nasce quando se extingue no teu.

E respiro em ti Para me sufocar
E espreito em tua claridade para me cegar, meu Sol vertido em Lua,

Minha noite alvorecida.
Tu me bebes E eu te converto na tua sede.

Meus lábios mordem, meus dentes beijam, minha pele te veste
E fica ainda mais despida.

Pudesse eu ser tu E em tua saudade ser minha

                                               Própria espera.
Mas eu deito-me em teu leito

Quando apenas queria dormir em ti.
E sonho-te, Quando ansiava ser um sonho teu.

E levito, voo de semente, para em mim mesmo te plantar
Menos que flor: simples perfume, lembrança de pétala sem chão onde tombar.

Teus olhos inundando os meus e a minha vida, já sem leito, vai galgando margens
                                                                                    Até tudo ser mar.

                                                                  Esse mar que só há depois do mar.
                                                                             (do livro Idades...Cidades...Divindades)


ONDE ESTAVA TU? ONDE EU ESTAVA...

Palavra que as vezes é cura mas também tormento: TEMPO!
Na  Grécia antiga regida  pelo Deus Cronus...senhor que decide o que pode ou não ser esquecido, curado ou mesmo lembrado.
Nisso recebo uma mensagem que me faz marcar o tempo, há quatro anos e um mês estava em Nacala, lá no Norte de Moçambique, um lugar tão esquecido por tantos deuses e credos, mas tão pulsante tal qual o nosso tum-tum do coração...e bateu aquela saudade, das pessoas, da cor do mar, do céu, do café e das risadas ao final do dia quando voltávamos de boleia prontas para o descanso noturno e nos deparávamos com aquele tapete estrelado que nos acompanhava ao longo da estrada...viajávamos todo dia, ida e volta, de casa para o trabalho, 32 km...uma longa estrada! Foi um tempo árduo, de administrar saudades, quereres, saberes e a nossa liberdade tão exposta e vigiada.
Hoje alívio ao sentir que sobrevivemos, falo na 3a.pessoa porque eramos um grupo, que hoje se dispersou pelo Brasil...mas em contato sempre. Temos um laço forte que nos une em torno de um tempo que era preciso união e muito amor por estar ali...naquele lugar tão perdido no tempo.
 Na memória lembranças fortes que ainda causam taquicardia...hoje falei contigo e nem você acreditou que já se passaram tantos anos...bom é saber que sobrevivemos e não perdemos o fio da corda que nos une nessa e em outras vidas...fica pra você a paisagem que tatuei na nossa praia de Fernando Veloso...era 16 de agosto de 2011...era um domingo, ventava muito e fui caminhar quando não resisti com tamanha beleza:
Pra sempre Saudades!

domingo, 2 de agosto de 2015

A DAMA E O CAVALHEIRO

                                      "Que tudo seja leve de tal forma que o tempo nunca leve."
                                                                                                          ( Alice Ruiz)

Naquele dia a Dama recebeu a visita inesperada do Cavalheiro, amigos de longas datas...não se viam há anos, talvez décadas...ambos se surpreenderam com a boa energia trocada no instante que se abraçaram, era o encontro do ano.
Trocaram notícias, atualizaram histórias antigas, entre eles duas histórias de amor com irmãos, dois passados de lembranças, doces e amargas...dois passados enterrados com dores e frustrações...entre eles um PRESENTE de alegrias e risadas a compartilhar.
A Dama traz ele para o mundo dela, de livros, de saberes, do bem viver a beira mar, com arte, encanto e diversão.
O Cavalheiro se integra, é acolhido por novos amigos, se emociona com tanta afetividade, sua luz brilha e contagia a todos.
Entre conversas, drinques, risadas a Dama encerra a noite entre os livros...lá fora há outros caminhos a percorrer...
Um jantar, entre trocas de olhares, risadas...um flerte
                                                                       um carinho
                                                                       um beijo bom roubado!
Foram dançar, dançaram várias danças...
                                       já se confundiam entre a multidão pulsante e...
                                                                                                 se soltaram no embalo da noite.
                           Entre um e outro havia uma alegria contagiante e responsável.
Ele a agradecer a tão boa receptividade.
Ela absorvida com o encanto do encontro, com o jeito doce e cuidadoso a cada passo.
Ambos se largaram no prazer do momento, estavam juntos, o tempo mostrava que já não havia mais tempo...lá fora uma Lua azul ia se despedindo das estrelas e o Sol em meio a nuvens chegava confirmando o passar das horas.
Logo o Cavalheiro iria partir...logo a Dama voltaria para seu tempo real...entre eles tocava uma linda sintonia e um embalo de alegrias vindouras...um gosto do querer bem e um toque especial de algo bom que havia no ar.
                        O Presente foi recebido.
                                                        O Passado esquecido.
                                                                               E o Futuro só vivendo para ser lido.
A Dama e o Cavalheiro se despedem felizes, sabem que fizeram um BEM danado UM para o OUTRO.

" O bom do caminho é haver volta.
               Para ida sem vinda basta o Tempo."( Mia Couto)

Um beijo bom para VOCÊ!

sábado, 1 de agosto de 2015

O QUE DEIXAMOS PARA TRÁS

"A vida é feita de escolhas. 
Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás.” 
                                                                                               (Caio Fernando Abreu)

                                                                                                   (pintura de Gaelle Boissonnard)
A gente nunca imagina que ao nos apaixonamos vamos sofrer, que algo pode acontecer e nos deixar mal, que aquela pessoa que nos fez perder noites, sono, vontade de comer ou muita vontade de fazer tudo com ela, um dia possa simplesmente nos dizer: valeu, a gente se fala! E simplesmente ir embora! 
Essa semana ouvi de alguém muito querido, que eu era muito boa, capaz de perdoar até aquele que me prejudicou tanto na minha existência, me dei conta disso e sofri muito ao perceber que era verdade, amei sim uma pessoa muito tempo, a perdi e a reencontrei tempos depois, pudemos experimentar momentos bons e ruins e fui depois descartada de forma tão banal, sem muito o que dizer, só a simples menção que nada tinha sido verdadeiro...isso me custou décadas de lembranças de um sentimento que foi simplesmente jogado no esgoto das desilusões, se recebi um grande golpe da vida foi esse, pensar que era amor o que sentia quando tudo não passou de um simples engano! E pude resignificar toda uma história ao dar sentido ao vivido com um outro olhar, lembrando ademais de outras paixões experimentadas.
De quantos amores somos feitos?
E pude comparar tudo isso aos  meros romances que chegam ao seu final digno de lágrimas. Isso porque investimos forças, vontades e esperanças em algo, a gente espera colher coisas boas, mas as vezes tudo que sobra são indeterminações sentimentais e algumas lágrimas, reprimidas ou não.
É quando percebemos que  cada paixão que temos na vida tem seu canto especial, e nos transformou no que somos hoje. Cada pessoa que passa por nossa vida deixa um pouco e leva outro. Somos uma mistura, um bem bolado, de todos que já tocamos e por quem fomos tocados. Nós somos a misturas dos perfumes, dos presentes, das piadas e dos carinhos que um dia já recebemos, sentimos, ou professamos.

Sim, sei que experimentei momentos singulares e senti coisas que não imaginei sentir novamente. Fui levada a extremos sentimentais, sorri sem mentiras, ri como há muito tempo não o fazia. Sim, fui feliz. Eu vivi o estar nos braços de alguém que te olha como se não houvesse alguém melhor, ou outra pessoa com quem quisesse estar. Eu experimentei do que alguém é capaz para agradar quem se gosta, e experimentei também como é confortante depois de um dia cinza e triste, deitar ao lado do sorriso mais bonito do mundo ( pelo menos era naquela momento).
É raro nessa era da paixão instantânea viver algo assim, daí ser dificil até acreditar na veracidade dos fatos, já que é tão raro encontrar alguém que te deixe leve, despreocupada, e que te faça ser boba junto. O stresse o dia-a-dia já nos da de sobra, precisamos mesmo é de bobeira na vida. E eu amei ser boba assim. Eu amei cada brincadeira, e cada risada. Eu amei cada madrugada acordada, por que eu sabia que estar ali era mais importante que qualquer horário no relógio. Eu amei cada momento, e sei que eles foram autênticos.
Mas na vida, nem tudo dura. Nem tudo é pra ser. E chega o momento em que não mais possuímos esse coração conosco. As coisas mudam, os planos mudam, os corações mudam de ideia. E aquele sorriso que brilhava para nós, vai passar a brilhar pra outra pessoa. Aquela mão que um dia combinou perfeitamente com a nossa, amanhã percorrerá outros corpos.  
E sim, nos aperta o coração não possuir mais aqueles olhos de comer fotografia sobre sobre nós, ou ouvir as mesmas piadas sem sentido, mas que para a gente sempre são repletas de graça, só por ser ele o dono delas.
E a gente pergunta, por que acabou? O que aconteceu que não perdura por mais tempo? Respostas já não existem...
O que existe é o consolo de ter conhecido esse coração, assim como todos os outros os quais já toquei. Sou feliz por ter vivido um pequeno infinito com o dono do sorriso mais lindo do mundo.  
Que sejamos felizes por todos os amores que já vivemos. Guardarei sempre as melhores lembranças. Desejando que não houvesse acabado, mas reconhecendo a hora do fim, e admirando-o mesmo assim. 
E isso meu amigo não é ser BOA e sim ter amado e ter sido amada nem que tenha sido por uma eternidade de segundo, mas foi real enquanto ilusão de existência! 
Que possamos sim guardar no baú das boas lembranças os bons momentos vividos e que novamente possamos nos encantar com um novo e único amor!
Que seja bem vindo amor que nasce sem muito pedir...sem muito exigir a não ser o olhar de alegria que sai em forma de sorriso! 

                                                                          Em       26 de junho de 2015 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Fim da estrada, fim do caminho


É o fim!
O fim dos sonhos utópicos!
É o fim das noites no qual tentávamos sonhar
É o fim da magia e dos livros esotéricos.
É o fim dos psicotrópicos que você tomava para sonhar.
É o fim da insonia, do stress, da procura por carinho.
É o fim da angustia que tira o desejo de ir mais além.
É o fim da dor
É o fim das dores mal curadas
É o fim da madrugada que não acaba.
É o fim da terapia e dos livros de auto ajuda.
É o fim do remédio que já não alivia a dor.
É o fim!
É o fim da dor que machucava
                                            da tristeza que perdurava
                                                         do choro que dilacerava.
É o fim da alma que agora sossega
                                       e do azedo que agitava.
É o fim da taquicardia que insistia em se acomodar.
É o fim do sofrer
                          sem por que...
                                                           É O FIM!





sábado, 23 de maio de 2015

VER O QUE SINTO

Quem me vê assim falando
Não sabe nada de mim
dentro de mim mora uma louca que me acorda a noite
Dentro de mim mora uma santa que me acorda nas manhãs
Ambas falam, vociferam
Ambas querem decidir os caminhos que preciso seguir
As escolhas que preciso tomar
Uma gosta da luz
Outra gosta da sombra
Uma me quer rindo
Outra me quer lamentando.
E eu? como me sinto?
Quem me governa?
O coração lembra e lamenta
O pensamento lembra e agradece sorrindo.
Estás melhor agora
Não se iluda moça...já não há janelas de espera.
Como me vejo? O que sinto afinal?
Não há como ver o que vejo
São só imagens  de mudanças
Afinal o vazio permanece
Vazio de sonhos
Vazio de ideias e desejos...

Va
    zio...rio!





 "Como me sinto?
Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim,
a mim que sou cego: isso é aquilo que vê, essa é a matéria que vê.
Toco os dois olhos sobre a mesa, lisos, tépidos ainda, arrancaram há pouco, gelatinosos, mas não vejo o ver.
 É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito, e desbocado e cruel,manchado de tintas,essas pardas escuras do não saber dizer,
 tento amputado conhecer o passo,cego conhecer a luz, ausente de braços
 tento te abraçar."

 ( Hilda Hilst) 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A vida segue...SEMPRE!

Vida que segue...que passa.
Costumo brincar dizendo "virar a página" ou a "fila andou".
Bom saber que anda mesmo e quem fica parado perde o trem.
Mesmo que se pegue o trem errado pode-se descer na próxima estação, o que não se pode é ficar PARADO!
Delícia de existir e perceber as mil possibilidades de se dar a volta por cima e continuar respirando, de acordar e já ter esquecido as dores do dia anterior.
Por que as pessoas insistem em viver na eterna queixa?
É como se queixar fosse moda!
Percebo nas reuniões de diversos grupos que as pessoas se mobilizam muito mais quando ouvem lamentos, reclamações ou fatos negativos. A impressão é que vivemos eternamente desejando sempre que o outro esteja mal, que o outro não possa estar bem e assim vamos alimentando uma satisfação no olhar do outro, ao perceber que o fato de você não estar bem indica que ele pode estar melhor do que você!
(pintura de Mariana Palova)

Uma atitude bastante preocupante diante do mal estar da civilização...é como se alimentássemos um grande dragão que vive da negatividade do mundo, guerras, destruições, mortes, traições, assassinatos...
Onde será que tudo isso começou?
Será que tem um fim? Ou o final é sempre em si mesmo?
Penso que as religiões tem uma parte de culpa ao pregarem o medo do castigo, ao alimentarem a insegurança e o cultivo de mentes fragilizadas pela covardia do ser humano...
Precisamos mais do que antes nos fortalecer para enfrentar essa pseudo vontade de uma ajuda que só cabe a nós mesmos descobrir e fazer bem uso dela.
Lembrando o que escreveu o H. Jackson Brow Jr:

"Daqui a vinte anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra."

Hoje foi um dia pra lá de especial, pude falar contigo, tive notícias de além mar, encheu meu dia de luz e alegria saber que está bem e se cuidando! 

Grande beijo bom para você que me acompanha sempre, daqui do outro lado da Terra cresce e se fortalece minha coragem que um dia você me ensinou a ter quando me ajudou a soltar minhas amarras.
Que possamos sempre cultivar o bom olhar sobre o outro...que possamos sempre alimentar o mundo da nossa boa energia e pensamentos...que possamos contaminar o mundo com o mais puro e pleno AMOR!
(pintura de Sergio Cerchi)


terça-feira, 19 de maio de 2015

Sorrir sob a magia de uma câmera


                            
"Conhecemos um homem pelo seu riso; se na primeira vez que o encontramos ele ri de maneira agradável, o íntimo é excelente." 
                                                                                         ( Dostoiévski)

Sempre desconfiei disso 
na súbita intuição arrisquei acreditar nessa ideia 
mais do que antiga e atemporal.

Não acredito num Deus que não queira nos ver sorrindo
Não acredito num Deus que não queira nos ver dançando
Assim inicia um prefácio de um livro com uma frase do Nietzsche
                 " Só acredito num Deus que saiba dançar"
Só posso crer na vida com alegria e muitos dias de sol...

Cansei de desperdiçar água 
Cansei de sofrer por algo inominável.
          Hoje eu só quero sorrir
                 Hoje eu só quero alegria
                          Deixei a tristeza de lado
                                   Mandei a saudade embora...já dizia alguém!

                                                  Bom sorrir com você!

Percorremos territórios distintos
Trouxemos palavras mágicas, de fascínio e encanto
Mas também bolachas e cascudos
Que viraram rusgas, equívocos, mas também cuidado e aconchego.
De um abraço terno e carinhoso fez se fel e espinhos
Mas no exercício da liberdade de entender
Transformamos cada instante num eterno ir e vir de novas descobertas.

                                                   Bom vê-lo sorrir!

Vejo-me leve ao seu lado
Embora ainda me equilibrando na corda bamba.
Vejo-te leve ao meu lado
Embora trabalhando a paciência e tolerância.
Assim vamos crescendo e aprendendo a dar e receber limites.

                                                  Bom voltar a sorrir com você!

Nossa história tem surpresas...
Transitamos por espaços contraditórios, mas complementares.
Hoje controlo meu estado ansioso
Hoje espero seu tempo agitado
                                                     
                                             Bom rir e esquecer de tudo!

Feliz que estamos nos permitindo à proximidade 
Que seja um tempo de semear 
Que possamos viver a colheita
E novamente rir mais uma vez da VIDA
Que nos prega  PEÇAS
                                    A cada virada de esquina,
                                    A cada porta aberta
                                    A cada página virada...

O tempo vive a nos dizer
Que breve chegará 
A época de colher as flores que foram semeadas.
                                                                   
                                            Bom sorrir com você! 

" O riso é eterno, a imaginação não tem idade, os sonhos são para sempre.”    W.Disney


domingo, 3 de maio de 2015

ALFORRIA

        Bom amanhecer com uma poesia tão bela como essa...linda resistência de uma flor que se transforma...



RESISTÊNCIA DA FLOR
                                           ( W.D. Cavalcanti)
Flor que não seca - ela,
zelosa de ser amor sem fim,
senhora da boa morte
e da vida,
cachoeira de nobreza
onde se banham silêncios e sombras
de recôncava história
ovulada no negro do tempo
em seu profundo leito.

Sempre viva a mãe
que guardou a liberdade
- do filho fugido -
em sagrado segredo,
cobrindo-se de luto e sangue,
de vermelho e negro,
com a joia da fé
incrustada em seu peito
- vitória da esperança
no amaro do desterro.

Sempre viva a flor
que, arrancada de sua terra, não murchou
nem morreu de medo
e enfrentou a morte
e se adornou na dor
para fazer vingar a vida
em seu justo desejo.

Sobre seu colo,
em seus pulsos,
nas orelhas,
em seus dedos
o ouro honra o mérito
e é sempre pouco
para tamanho feito.

Sempre viva
a que deu alforria
ao seu amor.

Maio chegou para celebrar a vida...a delícia de amar e ser amada, sem amarras, uma sempre VIVA que se libertou!

sábado, 2 de maio de 2015

LIMITES DO AMOR

O universo conspira quando buscamos respostas ou consolo para o que sentimos ou desejamos, assim me chegou essa poesia hoje, ela fala do meu momento em que me liberto definitivamente de uma história que me trouxe alegrias mas também muita dor e tristeza, uma fase de amor ilusório, que me aprisionou numa teia de lembranças e sonhos...mas que felizmente chega ao seu final!

                      LIMITES DO AMOR
                          ( Affonso Romano de Sant'Anna)
Condenado estou a te amar
nos meus limites
até que exausta e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeço de mim, sofrida,
na direção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.
O amor não se mede
pela liberdade de se expor nas praças
e bares, sem empecilho.
É claro que isto é bom e, as vezes, sublime.
Mas se ama também de outra forma, incerta,
e este o mistério:
- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Um breve adeus...



Te vi de longe no Farol
Parada fiquei  olhando e captando a energia daquele momento,
se passaram seis anos desde a ultima despedida,
Tanto para se dizer, tanto para não dizer.
O tempo deixou marcas, você mais envelhecido,
encurvado e sem o brilho no olhar que um dia me encantou e
me fez viajar por lugares mágicos.
Agora tudo acabou, a paixão, os sonhos, a doçura de antes.
Somos dois estranhos com  lembranças boas.
Temos memória na pele que insiste no contato.
Nos tocamos, mas não é como antes...
O desejo é vazio, se acaba nas palavras.
A vontade de estar junto transforma o estar ali em meros toques de pele.
Trocamos palavras sem sentido, sem importância
A vida me trouxe surpresas...você me teve e a revolucionou.
Agora vejo o partir e voo para longe de ti.
Já não há mais nada a dizer, nada a sentir só o vazio da existência em comum.
Gratidão terei sempre a ti
Me libertou duas vezes das minhas amarras
Agora seguimos, eu com minha vida tranquila e intensa
Você com suas escolhas tumultuadas e cheia de fantasias de um bom viver.
Não caibamos mais um no outro...
Voamos por tempos e espaços distintos.
Vai em paz moço, o mundo a ti pertence!


“Eu não sabia o que na madureza aprenderia: que todas as coisas quando acabam são substituídas por outras, que a vida não se reduz, mas cresce. E é em tudo um milagre.” (Lya Luft)

domingo, 26 de abril de 2015

O PODER EM NÓS: o que você diria aquela pessoa se pudesse voltar atrás?

Recebi esse texto de um site da internet "Obvius" da autora Vanelli resolvi  dispor ele aqui pois descobri que ela fala de um tema que insisto em reafirmar e que aprendi na magnitude da vida:
O PODER QUE CARREGAMOS EM NÓS E DESCONHECEMOS...
                                        Destaquei trechos que mais gostei...

"Todos temos em nós um poder mágico que pode transformar nossas vidas e a daqueles que amamos

Quando se deitam muitos fazem uma oração, tantos outros gostam de ler. Há os que fazem planos para o próximo dia ou ainda os que desmaiam de sono.
Eu particularmente gosto de exercitar o dom dos bons pensamentos.
O pensamento vibra alto e vai longe. Ele atravessa cidades, estados, países, mares e continentes.
Através da imaginação podemos idealizar o som das folhas rodopiando em um chão de pedra, o canto dos pássaros, a cor das portas de madeira, o cheiro da lenha queimando e abrigar os que amamos confortavelmente em nós.
Em pensamento podemos conversar com profundidade, ditar palavras esquecidas, sussurrar confidências que não foram trocadas, reencontrar os que nunca voltaram ou ouvir aqueles que perderam a voz.
O que você diria para aquela pessoa se pudesse voltar atrás? O que faria se ela estivesse em sua frente? Você seria consolado ou consolaria? Como seria se você reencontrasse todos os que se apagaram no tempo?
Um ótimo exemplo está lindamente retratado na cena do filme “Comer, Rezar, Amar” na qual Liz, a personagem interpretada por Julia Roberts, depois de alcançar uma compreensão profunda sobre si, relembra o dia de seu casamento. Na ocasião o noivo ignorou a música do casal e colocou uma só para ele, dando assim um show de exibicionismo. Liz tem então uma visão mental do que poderia ter sido e passa a vislumbrar o ex-marido. A música certa começa a tocar e eles finalmente conversam carinhosamente e com sinceridade sobre seus sentimentos.
Um bom diálogo mental, sincero e verdadeiro, pode melhorar as nossas vidas
e tocar a daqueles em quem pensamos.
Através do pensamento vibramos resolução, compreensão e amor.
Em pensamento podemos alcançar os porquês incompreendidos,
admitir o que sentimos, ouvir atentos o que o outro tem a nos dizer
ou pura e simplesmente desejar o melhor em um exercício mental
que incita o autoconhecimento.
Em outra cena de “Comer, Rezar, Amar” Liz dá como presente
de casamento à jovem Tulsi um pensamento feliz e harmônico acerca
dela e do noivo que lhe foi arranjado. A moça estava triste com a
união e Liz diz que a mentalizou sorridente e plena junto do
futuro marido. A jovem indiana fica tocada pela crença em si
e em sua felicidade.
Que presente mágico esse não?

Ame. O amor emana, transcende e no pensamento cria asas e voa alto.
Dê aos que lhe são queridos esse presente mágico.
Pense neles em um cenário encantador.
Um lugar que seria exatamente onde gostariam de estar.
Abrace em pensamento.
Parabenize em pensamento.
Visualize o semblante feliz dos que te cercam.
Tudo que toca o plano da imaginação
encontra um campo próspero para se concretizar na  na realidade.
Não nos cabe mais desculpas como “Não tenho nada para te dar, pois você já tem tudo”
ou “Eu estou quebrado, não posso te dar nada”.
Alguns minutos de olhos fechados e pensamentos belos podem fazer a diferença.
E esse presente, dinheiro algum consegue comprar.
Todos podemos muito, basta que acreditemos e pensemos nisso.
A propósito, você já sabe o que vai pensar hoje antes de se entregar ao sono?"

  Aos primeiros raios de sol de uma noite insone recebo essa linda e magnética oração. Que ela possa chegar até você com a alegria e o coraç...