domingo, 3 de maio de 2015

ALFORRIA

        Bom amanhecer com uma poesia tão bela como essa...linda resistência de uma flor que se transforma...



RESISTÊNCIA DA FLOR
                                           ( W.D. Cavalcanti)
Flor que não seca - ela,
zelosa de ser amor sem fim,
senhora da boa morte
e da vida,
cachoeira de nobreza
onde se banham silêncios e sombras
de recôncava história
ovulada no negro do tempo
em seu profundo leito.

Sempre viva a mãe
que guardou a liberdade
- do filho fugido -
em sagrado segredo,
cobrindo-se de luto e sangue,
de vermelho e negro,
com a joia da fé
incrustada em seu peito
- vitória da esperança
no amaro do desterro.

Sempre viva a flor
que, arrancada de sua terra, não murchou
nem morreu de medo
e enfrentou a morte
e se adornou na dor
para fazer vingar a vida
em seu justo desejo.

Sobre seu colo,
em seus pulsos,
nas orelhas,
em seus dedos
o ouro honra o mérito
e é sempre pouco
para tamanho feito.

Sempre viva
a que deu alforria
ao seu amor.

Maio chegou para celebrar a vida...a delícia de amar e ser amada, sem amarras, uma sempre VIVA que se libertou!

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