domingo, 18 de maio de 2014

O AMOR de Roberto Freire

Há algum tempo atras conheci a obra de Roberto Freire, foi uma época de muitos questionamentos sobre como se davam as relações entre duas pessoas que se amavam e queriam estar juntas...sentava com amigas e discutíamos sobre relações abertas, apego, posse, ciúme, namoro, casamento...Simone de Beauvoir era nossa referencia, mas de tanta complexidade nunca avançamos nas ideias e conceitos, tudo muito belo mas de uma prática que exigia muito ainda ser conquistado...casamos, tivemos filhos, descasamos, casamos novamente, mas as angustias femininas ainda nos acompanham...retornei então aos meus estudos de anos atras e encontro um trecho de "Utopia e Paixão" que nos embala a refletir o que fizemos e queremos nos tempos atuais como nossos parceiros ou parceiras:
" Para nós, o conceito de amor se identifica com o de vida. É pulsação. Pulsação que só se justifica na consciência lúcida e livre do homem que visa a realização do prazer. De todos os prazeres possíveis no ato de viver , a sedução amorosa e a paixão ( que leva o prazer a dor às ultimas consequências) são ao meu ver, as únicas razões para o homem querer, por opção, continuar vivo."
E como sentir tanta paixão e não ser aprisionado? É possível amar alguém e sentir-se livre?
Freire nos dá pistas: (...)" Amor e liberdade são duas necessidades semelhantes e paralelas, uma não vai sem a outra. Assim, na sociedade burguesa e capitalista, ninguém viverá o amor inteiro e completo, simplesmente porque nela ninguém vive o minimo de liberdade que permitirá isso. Tragicamente, o ser humano se habituou a viver migalhas do amor, porque na sociedade capitalista há uma regra infalível: quem ama não fica rico."
Percebem agora a complexidade dessa pseudo liberdade?

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