domingo, 18 de maio de 2014

"Okumana" de Cota e Migo - 2



O tempo passou...foi imenso o vazio que Migo deixou na vida agitada de Cota, enquanto trabalhava em seus afazeres ela lembrava dos seus olhos, das suas mãos...e desejava tocá-lo de novo, não sabia como, mas desejava! Foi um tempo grande...dias e noites, perguntas infindas sem respostas.
De tanto desejar um dia Migo retornou, buscou seu abraço acolhedor e encontrou mais e mais desejo, desse encontro surgiu uma vontade grande de ficar juntos...Migo disse a Cota que fosse encontra-lo, ela se preparou em minutos para revê-lo, de repente o relógio havia parado para que só existisse o tempo deles.


Ela lhe trouxe de presente a bebida de Baco e a Saga de Odisseus, ele delicadeza e muita curiosidade!
Entre carícias, cheiros e carinhos os dois finalmente  puderam se ver,  tocar e se sentir...no céu havia estrelas a iluminar aquele instante de puro carinho e prazer, na terra odores apimentavam o que estava para acontecer...entre suores e algumas palavras um encontro tão esperado e desejado. A música estava dentro deles, a dança também...seus corpos se uniram por mais instantes e só havia mais e mais amor para ser explorado, acariciado, sentido.
Migo tinha perguntas para Cota. Ela queria sentir o olhar dele...ambos valsaram a valsa dos amantes, ambos se buscaram e desse baile puderam vivenciar o êxtase, a glória que é se permitir estar num encontro por inteiro.
Seus corpos tremeram e gemeram ao som de cada toque...foram embebidos por suspiros...entorpecidos pelo instante tão esperado!
Migo  despediu-se de Cota dizendo que só havia em sua memória aquele instante, nem passado nem futuro...que aquele era o presente a ser sentido!

Cota emocionada deixou-se partir envaidecida por tão doces palavras, sabia que seria eterno aquele único e verdadeiro encontro. Ela viveu-o com sua intensidade de mulher que sabe amar, se entregar e estar ciente de que só se sente isso poucas vezes na vida. Seu tempo anseia lembrar de cada instante.
Já o tempo de Migo ela não sabe, imagina, mas nem tudo que se imagina torna-se real, ou é real.
No seu interior guardará para sempre cada olhar, suspiro, toque.
Sentir assim é transpor a linha que separa a possibilidade de estar feliz ou infeliz, não existe a busca e sim o real presente vivido e usufruído.
Essa é uma história que termina onde poderia ser um novo começo...ao contrario do viveram felizes para sempre...melhor pensar que foram felizes no tempo que estiveram juntos!
Talvez  esse seja o grande segredo: deixar ir com tranquilidade o que nos fez bem e só lembrar da grande sensação sentida.
                     


                

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