O ano passou e com ele também se foi o desejo de escrever, interagir com ideias e palavras, nada foi registrado de tão submergida nos afazeres de um tempo que já não havia o que inventar.
Vamos então de retrospectiva de tudo que foi vivido, experenciado, transposto e superado:
Janeiro trás o ar de verão com a esperança de um universo de novas possibilidades, as vezes penso que era o mês que devia chamar esperança+promessa = Espemessa! Juntamos tudo que queremos mudar e acrescentamos aquela dose de boas novas...e plantamos mais sonhos e expectativas, novo trabalho, novo amor, viagens, mudar o cabelo, emagrecer, ganhar mais dinheiro e lá vai a lista de prioridades...e não foi que comecei um outro trabalho com Arteterapia, aquele gozo com as novas conquistas e possibilidades! SIMBORA fazer arte começou com todo gás...
Veio Fevereiro e fomos homenagear a Rainha das Águas, era preciso pedir a benção a mãe d'água "Odôiyá"!
E logo chegou a maior festa de todos os tempos, quando nossa cidade só respira alegria, musicalidade, folia, carnaval...e vamos pra rua festejar, sem saber o que nos aguardava fomos sim atrás da banda e nos aglomeramos a sorrir e a cantar, “ eu sou o carnaval em cada esquina do seu coração menina...” no fundo sabíamos que era uma boa e longa despedida!
Março chegou com a trágica notícia de um vírus que parou o mundo e no meio de cada susto fomos aprendendo a viver presos em casa, medo e tristezas, ausências, perdas...onde foi que nós perdemos?
Paramos projetos, sonhos, planos...nossa vida passou a ser controlada, não sabíamos de nada mas o medo imperava, passamos a saber do outro e de tudo através da tela, do vídeo, as famosas lives...inventando cuidados, recolhendo as asas cortadas pois o voo não era possível, os abraços foram proibidos...e mergulhei no que podia fazer para ajudar a salvar pessoas: máscaras faciais!
Como costurei, dias e dias na máquina a tentar levar esperança e proteção para cada pessoa que eu conhecia e num piscar de olhos éramos um exército de pessoas a produzir...
O tempo virou um tic-tac infinito, sobrava e faltava o que fazer...
"De que são feitos os dias?
De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças” ( Cecília Meirelles)
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