Quando o pensamento voa e encontra eco no que se lê ao acaso da vida...e o que é a vida não é um constante morrer a cada instante....e de morte em morte, entre finais e mais outros tantos momentos juntamos a vida...
A morte absoluta
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A enxague máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome no papel
Perguntem: " Quem foi?"...
Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome. (Manuel Bandeira)
OUTUBRO DE 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário