Era uma vez um moço que vendia
suas mercadorias na rua,e uma moça que tinha uma loja. Todos os dias ele
passava na porta da loja, um dia a moça o viu,observou-o e o achou parecido
com alguém que ela conhecia, ficou impressionada e desejou conhecê-lo...tanto
desejou que o conheceu, trocaram idéias, conversaram sobre a vida, sobre a
morte, sobre tantas coisas que a moça convidou-o para almoçar e
tomar um café, tanto conversaram que a moça resolveu convidá-lo para trabalhar na
sua loja alguns dias da semana e ele aceitou, a moça gostava do jeito de ser
dele e das suas histórias, o moço vinha de longe, tinha atravessado o oceano e
parte do continente para estar aqui, era um andarilho, um caminhante que fez
seu caminho com muito suor e dores, a moça gostava de ouvi-lo e também
de contar suas histórias, entre eles havia amizade e cumplicidade, muitas
pensavam que fossem um casal, mas nada
havia entre eles a não ser um grande trabalho a fazer e muitas histórias a
contar, tinha dias que a moça se encantava com sua disposição para o trabalho,
outros ela se aborrecia pelas exigências que ele fazia e ela não podia atendê-lo.
O moço trazia novas idéias, grandes planos, as vezes eram possíveis outros
foram esquecido, por conta disso ele se zangava e batia a angustia, mas depois
acalmava pois sabia que o tempo iria colocar tudo no seu devido lugar. Ambos
sabiam e sentiam que não haviam se encontrado ao acaso, ela se sentia
responsável por ele, e ele correspondia protegendo-a, cuidando para que tudo
ocorresse da melhor forma...
Mas o moço sentia falta da rua, das
pessoas, do seu momento de inteira solitude no seu labor e de produzir o seu
sustento, nesses momentos ele saia fora e a moça não
gostava dessa atitude...o tempo passou, a loja foi ficando com a cara do
moço e da moça, mas ainda ele não estava feliz, assim a moça disse para ele que
era melhor mesmo ele seguir seu caminho, ambos não podiam se responsabilizar
tanto pela felicidade do outro, ele um ser do mundo, ela uma pessoa de
raízes, pertenciam a mundos diferentes mas tinham uma amizade a
preservar, um respeito pelo jeito de ser de cada um em especial.
A moça disse para ele “não se esqueça de
mim...pois não esquecerei de você”, ela lembrou que o tempo que passou
trabalhando com ele aprendeu muito, e ele agradeceu tudo que puderam fazer
juntos e de como ela o acolheu.
Hoje a moça sente falta dele, mas
sabe que a sua loja era uma gaiola para ele, hoje ela não sabe mais dele mas vai esperar sempre que ele apareça, pois juntos sempre dão risadas, contam
histórias e passam o tempo como bons e grandes amigos...
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