Pensar que hoje uma pessoa tão especial na minha vida faz anos e já não posso dar lhe parabéns, estou proibida de falar, de dizer o quanto ela representou de importante na minha vida...praticamente me tornei gente com essa pessoa, maturei ao seu lado e ao seu lado montamos uma vida, criamos raízes, geramos sementes que deram bons frutos que agora trazem lírios de beleza e novos sabores a nossa vida. Me perdi de você...sonhava mais do que um sonho pequeno, voei para longe e te perdi na minha loucura de querer conhecer e experimentar novos gostos, de realizar novos desejos...você me libertou e eu fui longe, longe até demais...até onde já não podia enxergar onde estava...por toda a minha existência terrena lembrarei e agradecerei o que de bom vivemos...que um dia possamos olhar nos olhos e enxergar o que de bom para ambos realizamos e agradecer...sempre!
Que possa ser FELIZ é o mínimo que te desejo...
No mais sigo a minha vida com poesia, arte e amor pelo que faço...conheço autores, poetas e novas pessoas que enriquecem os meus olhos com novos gostos...com música que adoça minha alma e meu coração...recentemente foi o Lêdo Ivo que chegou até mim, um escritor alagoano que faleceu em 2012 mas que deixou uma herança pra lá de bonita, ele chegou até mim através de um filósofo que entende de tudo um pouco, que com sua leveza resgatou um jeito de ser meu que estava cansado de lutar...assim me vejo liricamente envaidecida de poesia, de pensamentos maravilhosos sobre o viver o presente da melhor maneira possível...assim te deixo um pouco do que venho aprendendo...um pouco do que venho descobrindo:
O Coração da Liberdade
Estive, estou e estarei
no coração da realidade,
perto da mulher que dorme,
junto do homem que morre,
próximo à criança que chora.
no coração da realidade,
perto da mulher que dorme,
junto do homem que morre,
próximo à criança que chora.
Para que eu cante, os dias são momentâneos
e o céu é o anúncio de um pássaro.
Não me afastarei daqui,
da vida que é minha pátria,
e passa como as águias no sul
e permanece como os vulcões extintos
que um dia vomitam sono e primavera.
e o céu é o anúncio de um pássaro.
Não me afastarei daqui,
da vida que é minha pátria,
e passa como as águias no sul
e permanece como os vulcões extintos
que um dia vomitam sono e primavera.
Minha canção é como a veia aberta
ou uma raiz central dentro da terra.
Não me afastarei daqui, não trairei jamais
o centro maduro de todos os meus dias.
Somente aqui os minutos mudam como praias
e o dia é um lugar de encontro, como as praças,
e o cristal pesa como a beleza
no chão que cheira à criação do mundo.
Adeus, hermetismo, país de mortes fingidas.
Bebo a hora que é água; refugio-me na estância
quando a aurora é mistura de orvalho e de esterco,
e estou livre, sinto-me final, definitivo
como o tempo dentro do tempo, e a luz dentro da luz
e todas as coisas que são o centro, o coração
da realidade que escorre como lágrimas.
ou uma raiz central dentro da terra.
Não me afastarei daqui, não trairei jamais
o centro maduro de todos os meus dias.
Somente aqui os minutos mudam como praias
e o dia é um lugar de encontro, como as praças,
e o cristal pesa como a beleza
no chão que cheira à criação do mundo.
Adeus, hermetismo, país de mortes fingidas.
Bebo a hora que é água; refugio-me na estância
quando a aurora é mistura de orvalho e de esterco,
e estou livre, sinto-me final, definitivo
como o tempo dentro do tempo, e a luz dentro da luz
e todas as coisas que são o centro, o coração
da realidade que escorre como lágrimas.
(Linguagem, 1951.)
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