Aqui no norte de Moçambique, nos meses de Julho a Novembro, somos surpreendidas pela elegância do mergulho das baleias, tomo café e almoço sendo surpreendida por 40 magníficas toneladas, distribuídas por 16m de pura elegância, que me convidam para um mergulho. São as Jubartes ou Corcunda ou Bossa (como são conhecidas aqui)!
Um espetáculo de fazer inveja aos baianos de Praia do Forte, quando vão ao encontro das baleias e nem sempre elas aparecem. Junto, então, o útil ao agradável. Deixo que minhas energias sejam absorvidas pelo fascinante espetáculo. Iniciou minha manhã de trabalho, sem que eu mesma tenha dado conta...
As baleias de bossa (Megaptera novaeangliae) apertam-se na costa moçambicana, entre Julho e Novembro. O Arquipélago das Querimbas, Inhambane, Bazaruto, Nacala e outras ilhas, são os seus locais predilectos. Também designadas Baleia Jubarte, no Brasil, Baleine à Bosse, em Francês, e Ballena Jorobada, em italiano, elas medem entre 14 e 18 metros e pesam entre 33 e 45 toneladas. Assim, são reconhecidas entre as maiores baleias dos oceanos, pelos saltos espetaculares e pelos batimentos das barbatanas caudais e peitorais. Agora ficamos sempre a espera de ver seus esguichos no mar...é muito lindo vê-las de tão perto!
As baleias, assim como os golfinhos, são cetáceos. Do Latim, Cetus (grande animal marinho) e do grego, Ketus (monstro marinho). Porém, estes animais nada possuem que os caracterize como monstros, com exceção do seu tamanho descomunal. Mamíferos como nós humanos, possuem uma longevidade até 77 anos, necessitam de vir à superfície para respirar, e têm ainda uma estrutura social complexa, com “linguagens” próprias, ainda não totalmente compreendidas pelos cientistas.
As baleias de bossa que visitam as costas moçambicanas alimentam-se de Krill (um pequeno camarão), nas águas frias da Antárctica. Migram, depois, milhares de quilómetros, para as regiões de reprodução. Normalmente, elas escolhem as águas quentes. No período da migração não se alimentam. Eventualmente, a sua opção pelas águas quentes para reprodução, têm a ver com a abundância de predadores. As Orcas. Outro fator associado é o fato de as crias nascerem com muito pouca gordura e, consequentemente, muito dificilmente conseguiriam regular a sua temperatura nas águas frias da Antárctica.
Provavelmente, será possível observar estas e outras baleias em qualquer ponto da costa moçambicana. Um passeio ao longo da costa , uma curta travessia de barco, uma saida de pesca desportiva, oferecem excelentes oportunidades de observação. Porém, torna-se importante notar que as Baleias de Bossa preferem águas profundas durante as migrações. Os locais da costa moçambicana onde mais depressa se atingem profundidades (mais de mil metros), são os locais com as maiores possibilidades de observação. Note-se, no entanto, que as baleias com crias, principalmente com crias de alguns dias ou semanas, podem ser observadas em baías pouco profundas, especialmente, no norte de Moçambique, aqui em Nacala, estão sempre a nos agraciar com seus saltos...Fui nadar no mar...mas não tive coragem de vê-las de perto, melhor apreciar seus saltos, esguichos bem de longe...e olhe que o salto pode variar de uma imersão completa para fora da água, a uma aparição vagarosa, em que, pelo menos, metade do corpo emerge. Apesar das numerosas explicações, o salto continua um mistério. Seria uma pura manifestação de cortejamento? Uma forma de comunicação por sinais? Ou o desalojar de parasitas? Porque não equacionar uma manifestação de força ou um desafio, ou quem sabe, simplesmente uma brincadeira? Melhor pensar que é uma simples brincadeira e respeitá-la no seu espaço de estar! MAGNÍFICAS!!!
Muito triste isso resolvam muito cedo possivel for.
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