CARTOGRAFIA DO MAL
A morte a galope
de leste a oeste,
do sul ao norte.
A morte em seu trote
do Seixas ao Moa,
do Chuí ao Oiapoque.
A morte e seu coice
no velho e no novo,
no fraco e no forte.
A morte e seu golpe
do planalto à planície,
do baixo Leblon
ao Cabo de São Roque.
Foice em desgoverno,
a morte ceifa os ricos
e dizima os pobres.
Há gozo perverso
presidindo a morte,
besta sem rédeas
entregue à própria sorte.
Faltam ar, remédios,
leitos, covas,
mas a morte
- transbordante -
sobra,
montada no monstro
- boçal e ignaro -
que por desgraças e desobras
a promove.
W. D. Cavalcanti
Imagem: A dança da morte, fotograma de O sétimo selo, de Ingmar Bergman.
Penso que ainda nos resta FÉ e ESPERANÇA...será um bom indicio?
A sorte, Cris, é que em meio a essa guerra, há gestos como o seu, reunindo luzes e semeando amor, fé e esperança. Grato por me trazer para o seu lado.
ResponderExcluirSim nobre poeta! Precisamos nesses momentos estar perto, mesmo longe fisicamente, de pessoas de alma boa como a sua! Logo que tudo isso passar vamos marcar aquele vinho, com arte e todo o requinte que vc sabe proporcionar! Bjos no grande Bruno! Um super feliz aniversário pra ele, com amor e saúde 🌹
Excluir